QUANDO MUDAMOS A PERSPECTIVA, MUDAMOS O RUMO DA HISTÓRIA.
Com certeza já deve ter ouvido aquela: “toda história tem dois lados”. Se tem uma verdade universal, é essa! Dependendo do ângulo que vê, temos várias versões de uma mesma história e o que tínhamos como heróis, talvez não seja tão herói assim. Quando conhecemos suas motivações e o que é capaz de fazer por/para ela, tudo muda de lugar.
Lembro de ver uma entrevista com o Mano Brown onde diziam que marginal não tinha honra e ele retrucou. "tem sim! com os parças dele, com a família dele. ele é dedicado..." então disseram que o herói de verdade era aquele trabalhador que sua a camisa, sai de madrugada pra ganhar o seu sustento e de sua família de forma correta de acordo com a lei e ele, sem pestanejar responde: "aí ele chega na quebrada e é o primeiro a levar a dura, quando não morre 'por engano' e é isso que molecada vê: um herói que só apanha"
Vindo para os quadrinhos. Olha como a história do super soldado muda quando tiramos o Steve e colocamos o Isaiah tudo se torna diferente, e saímos do heroizão da pátria (que não se ajusta a tal pátria) e temos o pior que uma nação pode fazer com os seus.
“Como seria a Garota Maravilha se tivesse nascida e criada num lugar como o Complexo do Alemão (RJ)”
Daí a minha vontade de contar histórias sob o nosso ponto de vista. Ir a fundo nisso, olhar o mundo com os nossos olhos. Enxergar nossas relações com o Estado, instituições particulares, burguesia, periferia… Como uma mina com superpoderes, que já nasceu de frente pro cano da arma agiria? Uma mina que dança, que gosta de se exibir, que tem talento mas não os recursos (cor da pele e conta bancária) é tratada pela sociedade que a cerca?
Não é políticagem, é fato que nos cerca e existem muitas verdades não verdadeiras que foram contadas a nós, através de histórias, por décadas (ou séculos) e que nos trouxe para onde estamos. Toda nossa estrutura social foi construída por apenas um ponto de vista e por isso quando alguma coisa sai fora deste lugar, torcemos o nariz.
O #qbradapower é isso, outras verdades, outras perspectivas porque temos talento, temos força e somos lindos e também porque não existe pra mim possibilidades de contar uma mesma história pelo ponto de vista caucasiano classe média, então eu tenho muita coisa pra falar. Quando mudamos o rumo da história, tudo se torna novo.
Uma cultura pop à brasileira.
Antes de tudo, é entretenimento, mas um entretenimento com o nosso gosto, nossas cores e ziriguidum.
Muito se fala sobre o público não comprar as nossas ideias. Alienado, vira-lata e por aí vai, mas eu me pergunto “será que se identificam com o que eu apresento?” A identificação vem antes de tudo e por isso lemos o que lemos, assistimos o que assistimos e compramos o que nos é oferecido. O que vem de fora é mais forte porque foi construído todo um sistema pra isso mas a partir do momento que, como criativos, entendemos com quem estamos conversando, o público se dispõe a se enxergar nas histórias e a se conectar com a própria cultura e aí já era!!!! Do meu lado não tem descanso. Quero me comunicar, me aproximar. Quero expor algo que está aí, dentro de você, entalado e ninguém fala e ao mesmo tempo quero que você vibre e se divirta trazendo a tona um mar de possibilidades, porque tudo o que temos aqui é muito maneiro!
PJ Kaiowá
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